Entenda o que é Economia Gig e como funciona

O conceito de Economia Gig costuma vir acompanhado de algumas polêmicas, visto que vai de antemão ao tradicional trabalho de carteira assinada.

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Isso porque, essa modalidade aposta no trabalho freelancer como método ideal para geração de valores e recursos no ambiente profissional. Mas, será que funciona? 

No conteúdo de hoje conheceremos detalhes dessa ideia, que nos ajudarão a entender se é algo viável, e em quais situações. Continue a leitura para conferir!

O que é Economia Gig?

O vínculo empregatício é algo que costuma ser prioridade na vida profissional de muitas pessoas, afinal de contas, carteira assinada é sinônimo de direitos trabalhistas garantidos em lei.

Férias, 13º salário, afastamento por saúde, seguro desemprego e tantos outros direitos são fundamentais para garantir estabilidade financeira ao trabalhador.

Mas, quando se fala em ascensão profissional, existe um grupo de pessoas que enxerga o vínculo empregatício como um fator limitante.

Isso porque, numa jornada de trabalho de 44 horas semanais é difícil encaixar outras atividades que possam gerar ganho financeiro, ou até mesmo prestar serviços a outras empresas, o que contribui para o destaque do profissional no mercado.

A Economia Gig é um modelo econômico que acredita no trabalho autônomo, freelancer e sem vínculo empregatício como o modelo ideal de geração de renda.

Por teoria, na economia Gig o trabalhador executa trabalhos sob demanda, então, consegue determinar quantas empresas deseja atender e por quais valores.

A ideia central é garantir maior fluidez de mercado: por que um talento deve restringir seus serviços a uma única empresa, se pode oferecê-los a mais de uma e adquirir experiência e ganhos financeiros?

Por outro lado, porque uma empresa deve restringir seus processos a um talento específico, se pode testar diversos métodos a fim de encontrar o modelo ideal por contribuição de talentos variados?

Essa é uma ideia polêmica e mais a frente entenderemos o porquê disso.

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Quais as vantagens da Economia Gig?

Anteriormente vimos uma explicação simplificada do conceito de Economia Gig, a ideia é que você possa compreender como funciona na prática para o trabalhador.

Vale dizer que muitas empresas já trabalham no sistema Gig, de modo que possuem times compostos por profissionais independentes, no modelo “prestação de serviço”.

Veja a seguir alguns motivos que incentivam essa aplicação nas empresas.

Flexibilidade de horário 

Por que passar 44 horas semanais dentro de um escritório de forma fixa, sendo que por vezes você fica sem serviço e precisa “enrolar” um pouquinho no cantinho do café?

Na Economia Gig você não perde esse tempo ocioso, visto que pode estar na empresa apenas durante o tempo necessário para executar suas tarefas. Acabou? Vá para o seu próximo cliente e tenha oportunidade de faturar.

Fluidez profissional 

Um profissional com vínculo empregatício costuma adequar seus serviços e até mesmo o próprio perfil às demandas da empresa na qual trabalha.

Na Economia Gig isso não é necessário: você é um prestador de serviço autônomo, então, pode atuar em seu próprio ritmo e modelo, desde que esteja em acordo com as expectativas do contratante.

Então, você não fica “engessado” no modelo de uma única empresa, o que ajuda na construção da chamada autoridade profissional.

Novos modelos de negócio

Uma das vantagens da Economia Gig é que ela incentiva a formação de novos modelos de negócio. 

Atualmente existem diversos modelos de escritório. Algumas empresas aderiram ao modelo 100% remoto, onde cada trabalhador executa suas tarefas de onde quiser.

E as desvantagens da Economia Gig?

Nem tudo são flores, e agora finalmente chegamos a parte das polêmicas: afinal de contas, quais as desvantagens da Economia Gig?

Comecemos falando sobre a discrepância da realidade atual: embora tenhamos empresas nesse modelo, a maioria segue no tradicional. Então, não é tão simples que o trabalhador faça a adesão ao método, graças a demanda de mercado.

Além disso, temos algumas outras desvantagens, veja:

Sem direitos CLT 

Trabalhadores da Economia Gig são autônomos, portanto, não possuem registro em carteira, e por consequência não têm direitos CLT.

Suas férias devem ser custeadas por conta própria, não existe 13º e em caso de adoecimento não existe nenhuma garantia, já que a empresa não possui obrigações legais, já que não se trata de um funcionário.

Menos estabilidade ao trabalhador 

Não há como negar que o registro em carteira é um importante elemento de estabilidade. Até mesmo para comprovação de renda, o holerite acaba sendo o documento mais aceito.

Ao trabalhar no modelo de Economia Gig essa estabilidade é reduzida, já que, embora você tenha notas fiscais e contratos para comprovar renda, não garantem a mesma segurança da CLT.

Dificuldade em formar times em empresas

Trabalhadores freelancers costumam trabalhar de forma descentralizada, onde focam em seus próprios processos e atribuições.

Isso pode gerar dificuldades à formação de times nas empresas, uma vez que para isso é preciso apostar na integração de talentos e ideais profissionais.

Além disso, na Economia Gig a ideia é não existir vínculo, então, a rotatividade de talentos é alta, o que também afeta a formação de equipes estáveis.

Problemas judiciais 

O grande problema da Economia Gig é que muitas empresas se aproveitam desse conceito para aplicar o modelo de negócio irregular, onde tem diversos funcionários sem registro.

Nesse caso, os trabalhadores executam suas tarefas como funcionários comuns, com cumprimento de carga horária, salário fixo e demais responsabilidades, mas não têm registro na carteira.

Isso é considerado uma irregularidade, e infelizmente se torna muito comum com a aplicação errada da Economia Gig

Por que a Economia GIG é tão polêmica?

O motivo da Economia Gig ser tão polêmica é que muitos acreditam que se trata, na verdade, de uma manobra das empresas para evitar custos com despesas trabalhistas.

Ter um funcionário registrado não é barato, afinal de contas, é preciso arcar com os seus direitos previstos em lei. 

Já um trabalhador autônomo se mostra muito mais econômico, já que por ser um prestador de serviço deve receber apenas o pagamento por seus serviços, sem qualquer tipo de vínculo ou obrigação por parte da empresa.

Então, embora traga conceitos “floridos” de fluidez e autonomia profissional, ainda existe muita divergência de opinião quanto à honestidade da aplicação deste conceito nas empresas.

De todo modo, por meio de honestidade e ajuste de expectativas é possível aplicar a Economia Gig da forma correta e assim obter um modelo de negócios vantajoso e seguro para ambas as partes.

Mas, por enquanto, vale ficar de olho na conduta das empresas, a fim de garantir que não seja um método de evitar encargos e responsabilidade com funcionários.

Leia também: Dicas para recusar uma oferta de salário baixo durante a entrevista (oadministrador.com)

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