Escrita terapêutica: conheça a técnica para acalmar pensamentos

Se você anda sofrendo com pensamentos acelerados, é provável que a prática da Escrita Terapêutica possa ajudar.

E, caso pense que precisa ter boas habilidades com escrita para fazê-la, esqueça essa ideia, pois a escrita terapêutica serve para todas as pessoas, até mesmo aquelas que têm pavor de textos longos.

No conteúdo de hoje conheceremos essa alternativa, que é tida por muitos como uma solução eficaz para desenvolvimento pessoal e controle de crises de ansiedade. Continue a leitura para conferir!

O que é Escrita terapêutica?

A cada dia temos mais pessoas relatando dificuldade em lidar com os próprios pensamentos, sendo este um dos principais causadores de ansiedade.

E, se você constantemente nota sua mente sobrecarregada de pensamentos e isso tem trazido cansaço, estresse e até mesmo crises depressivas, saiba que a Escrita Terapêutica pode ser uma importante ferramenta para auxiliar na redução do problema.

A Escrita Terapêutica é uma técnica criada por James W. Pennebaker na década de 80, e consiste basicamente na criação de um diário pessoal, no qual você descreve seus principais sentimentos e pensamentos por meio da escrita.

A ideia dessa técnica é possibilitar à pessoa compreender e organizar seus próprios pensamentos, uma vez que o hábito da escrita promove concentração, organização e esclarecimento da mente.

Então, nessa ideia basicamente o “paciente” deve criar um diário pessoal que deve ser lido apenas por ele mesmo, possibilitando que escreva o que vier à sua mente, sem medo de julgamento ou controle.

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Quais as vantagens da Escrita Terapêutica?

Alguns especialistas defendem que a Escrita Terapêutica é uma ferramenta poderosa no tratamento de perda de identidade, ansiedade e depressão.

Isso porque, ao poder expor as próprias ideias sem preocupar-se com a reação de terceiros, podemos colocar tudo que atinge a nossa essência, o que auxilia no autoconhecimento.

Confira a seguir as principais vantagens observadas na prática:

Compreensão dos próprios pensamentos e sentimentos 

Se você sente-se perdido ou angustiado, é provável que já tenha tentado conversar com inúmeras pessoas sobre o assunto, mas, por algum motivo, tudo permaneceu igual, ou até mesmo piorou.

Existem pensamentos e sentimentos que fazem sentido apenas para nós mesmos, pois, por mais que tentemos explicar, as limitações do outro não permitem que compreenda perfeitamente.

Por isso, ao praticar a Escrita Terapêutica você deixa de esperar que os outros compreendam suas emoções, e passa a deixá-las claras para si próprio.

Não são raros os casos em que estamos tristes mas acreditamos estar com raiva. Ao colocar tudo na ponta da caneta, você consegue entender o que realmente está te incomodando, e assim chegar ao sentimento real.

“Despeje” seus pensamentos sem preocupações 

Expor nossos sentimentos e pensamentos mais profundos costuma gerar um certo receio, afinal de contas, ninguém tem a obrigação de lidar com tanta informação de outra pessoa, não é mesmo?

A vantagem da Escrita Terapêutica é que, no caso, o seu diário não tem nenhum problema em receber toda a “descarga” de pensamentos. Então, você pode falar à vontade, sem se preocupar em estar incomodando ou sobrecarregando alguém.

Redução de desequilíbrios emocionais 

Grande parte dos desequilíbrios emocionais que resultam em crises são gerados pelo acúmulo de sentimentos e pensamentos reprimidos.

Ao colocar tudo no papel você não estará guardando tudo para você, o que auxilia na redução de pensamentos e na atenuação das emoções, reduzindo a incidência de crises.

Melhora da comunicação com outras pessoas

Você nota que frequentemente têm gerado atritos em suas relações por acabar falando as coisas sem pensar, graças aos pensamentos e sentimentos acumulados?

Com a Escrita Terapêutica é possível resolver isso, já que você pode expor seus sentimentos ao diário previamente, e assim organizar a mente antes de conversar com outras pessoas.

Desse modo, se antes você falaria de forma impulsiva por querer ser ouvido, após escrever sobre a situação esse ímpeto terá passado, permitindo uma comunicação mais clara e calma.

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Dicas para praticar a Escrita Terapêutica

A prática da Escrita Terapêutica traz diversos benefícios, mas, para que isso ocorra deve ser feita corretamente.

Para que a técnica funcione a escrita deve ser feita de forma livre, particular e honesta, e existem alguns segredos para atingir esses resultados. Conheça-os a seguir:

1. Comprometa-se a não mostrar para ninguém 

A ideia da Escrita Terapêutica é justamente ajudar a expor seus pensamentos sem a necessidade de que sejam compreendidos por alguém.

Quando tentamos explicar alguma dificuldade particular a alguém, tendemos a “moldar” as informações, a fim de evitar julgamentos e facilitar a compreensão. Essa não é a ideia da técnica.

Por isso, comprometa-se a não mostrar seu caderno ou documento de Escrita Terapêutica a ninguém, dessa forma será mais fácil expor seus sentimentos e pensamentos mais profundos sem medo de julgamentos.

Por vezes, o que nos aprisiona é justamente não poder falar algo por medo da reação de outras pessoas, então, transforme o seu local de escrita num ambiente particular e seguro, que te permita expor o que é realmente necessário.

2. Exponha os seus pensamentos, sem preocupar-se com lógica

Ao praticar a Escrita Terapêutica, evite fazer isso priorizando textos que façam sentido. Busque apenas expor seus pensamentos. Assim:

“Me sinto nervoso. Nada parece fazer sentido, e sinto como se minha cabeça estivesse girando. Por que nem sempre as pessoas nos compreendem ou podem ser gentis? Tentei conversar, mas não deu certo.”

Note que não faz muito sentido, o parágrafo parece um compilado de pensamentos acelerados e consecutivos. A ideia da escrita terapêutica é justamente colocar esses pensamentos no papel, e tirá-los da sua cabeça.

Quando estamos em crises de ansiedade os pensamentos vêm à nossa mente justamente assim: desordenados, sem lógica e seguidos um do outro, sem qualquer pausa. 

Coloque isso no papel e obrigue o seu cérebro a processá-los por meio da escrita, dessa forma, a tendência é que a frequência de pensamentos diminua.

3. Tenha um local de escrita de fácil acesso 

O excesso de pensamentos é o causador de crises, sejam estas ansiosas ou depressivas. Tudo começa com um pensamento seguido do outro, e quando se nota, você já não consegue concentrar-se em mais nada graças aos pensamentos rondando a sua mente.

Por isso, para praticar a Escrita Terapêutica é importante que você tenha um local de escrita de fácil acesso, assim, quando os primeiros pensamentos surgirem, será possível controlá-los por meio da escrita.

Algumas pessoas preferem cadernos, já outras usam documentos no Word, enquanto outras optam por notas no celular.

Escolha o local que te traga maior conforto e facilidade de uso, e certamente será mais fácil aplicar a técnica no dia a dia.

4. Não se preocupe em fazer textos completos

Uma dificuldade frequente com a Escrita Terapêutica é causada pela ideia de que é preciso criar um texto com introdução, desenvolvimento e conclusão em cada prática. Não é bem assim.

A ideia dessa técnica não é te aprisionar em tarefas, e sim permitir que você exponha suas ideias e pensamentos de forma livre e reservada.

Por isso, se você precisa apenas escrever uma frase para tirar determinado pensamento da sua cabeça, ótimo. Já se precisa de um texto maior, mas sem ordem, também está tudo certo.

Não existem regras na escrita terapêutica, você não estará fazendo uma redação, nem mesmo uma produção que será lida depois.

Então, escreva o que vier à mente, sem necessidade de ter sentido ou facilidade de compreensão dos leitores, afinal de contas, eles nem devem existir nesse projeto.

Vale dizer que cada pessoa terá a sua forma de aplicar a Escrita Terapêutica, uma vez que o que é confortável e revigorador para mim, pode não ser para você, e vice-versa.

Por isso, use a escrita a seu favor, e perceba quanto tempo e que tipo de comunicação te ajuda a organizar e reduzir o excesso de pensamentos. Certamente será muito útil para o seu desenvolvimento pessoal.

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Roberta 19 de julho de 2024